Chamada de Artigo: Revista Landa



Chamada para publicação - 2013/2

Literatura e guerra
A Primeira Guerra Mundial inaugura a noção de “guerra total”, com suas máquinas de destruição em massa, quando pela primeira vez passa a ser também uma guerra ideológica de propaganda capitaneada pelos meios. Pouco depois, a maré de trevas desencadeada pela demência hitleriana agudizou e aperfeiçoou métodos e procedimentos que formaram as máquinas de guerra que se espalhariam pelo mundo até hoje, como o mais lamentável e triste legado do perigoso século XX – a “era dos extremos”, na conhecida expressão de Eric Hobsbawm. Desde então, os períodos de barbárie militar se alternam com os de democracias publicitárias, apoiadas na imposição de economias neoliberais que aprofundam as diferenças sociais e a injustiça. A literatura e a crítica literária têm ensaiado, muitas vezes, modos de entendimento e gestos éticos de leitura da devastação operada por estas guerras modernas.

Convidamos, portanto, a todos aqueles que desejarem submeter seus textos a esta chamada para o Nº 3 da Revista Landa, tomando como objeto os modos de leitura e de escrita da literatura e da crítica que abordem o tema da guerra.

Os textos para publicação 2013/2 deverão ser enviados até o dia 1º de setembro de 2013 ao seguinte endereço: revistalanda@gmail.com


Chamada para publicação - 2014/1
“Aira nos cagou”. Eis a frase que o escritor Fabián Casas lançou no primeiro de seus Ensayos bonsái (2007). E com esta postura, que não deixa de assumir um sentimentalismo deliberado, ensaia uma sorte de burla em relação àquelas poéticas que tributam alguma dívida com um dos grandes herdeiros da vanguarda dos anos 1970. É esta mesma volta de parafuso, que se mostra indiferente, a que assume outra vez, como César Aira nos anos 80, a atitude provocadora de quem se expõe com uma proposta extemporánea: recuperar o Cortázar idealista e revolucionário.

A literatura argentina contemporânea faz eco de maneira acelerada àquilo que a cultura europeia desenvolve há séculos. Com Josefina Ludmer podemos pensar na categoria de pós-autonomia, reservando-nos o direito intelectual de perguntar quando e em que circunstâncias a arte foi autônoma (lembrando de um Adorno que falava de autonomia/heteronomia). Com Beatriz Sarlo podemos revisar as categorias de gosto e qualidade perguntando a Andreas Huyssen qual é o paradigma mais adequado para conferir o sentido histórico real que concerne a uma análise crítica. Enquanto isto, Flora Süssekind nos permite abordar a cultura contemporânea de uma perspectiva que adverte os sintomas de uma desterritorialização, ao modo em que também Nicolás Rosa pensava “o” literário, lá onde a neutralidade percebe sobretudo a interferência.

Fabián Casas, por exemplo, situa-se menos em relação a Cortázar do que a César Aira, o autor que narra poeticamente, o narrador que experimenta entre as margens das modernas vanguardas históricas e a cultura de massas, reconhecendo na literatura uma mercadoria a mais. César Aira é o nome próprio, o elo contemporâneo mais poderoso da cadeia canônica, doadora de prestígio e legitimidade. Casas repete, outra vez, o que um autor consciente de si mesmo adverte no momento preciso do processo de sua construção: o risco que é preciso correr na hora de jogar, em condições incipientes, a impugnação de um baluarte, uma nova discussão com quem ocupa ou representa um dos centros mais disseminados no espaço das escrituras argentinas contemporâneas.

Convidamos a todos que desejarem submeter seus textos à avaliação do Conselho Editorial da Revista LANDA a esta chamada, tomando como objeto a literatura argentina contemporânea.

Os textos para publicação 2014/1 devem ser enviados até o dia 1º de fevereiro de 2014 ao seguinte endereço:revistalanda@gmail.com

Os textos serão submetidos à avaliação dos membros do Conselho Editorial ou a um consultor ad hoc designado pela direção da revista. 
 
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