Cinema: Zhiang Yimou volta a trabalhar com Gong Li em "Coming Home" - filme será ambientado durante a Revolução Chinesa

Integrante da Quinta Geração de cineastas chineses, que começou a fazer filmes depois da Revolução Cultural (1966-1976), Zhang Yimou tinha 16 anos quando a reforma imposta por Mao Tsé-tung (1893-1976) começou, e 26 quando ela terminou. Deixando um legado de contradições, o movimento priorizou um desenvolvimento econômico baseado na produtividade coletiva, e sua radicalização levou à militarização do processo, ceifando a possibilidade de uma rotina normal para gerações de jovens e adultos.



— Para mim, foram dez anos de depressão. Em função do passado político de meus pais, minha família foi incluída na lista negra do governo. Eu deveria experimentar a melhor fase da vida, mas tive que ficar em meu país trabalhando na linha de produção de uma fábrica — lembrou o cineasta chinês em entrevista ao GLOBO, no Festival de Cannes, em maio, onde exibiu o melodrama “Coming home”, ambientado durante a Revolução Cultural, e que ganha sessão neste sábado (4), às 14h, no Roxy 2.

“NÃO PODEMOS ESQUECER O PASSADO”

O filme é centrado na relação entre Lu Yanshi (Chen Daoming) e Feng Wanyu (Gong Li), casal obrigado a se separar no início da revolução, após o marido ser preso e enviado a um campo de trabalho forçado, por causa de suas posições políticas. Anos depois, quando a situação do país começa a mudar novamente, Yanshi volta para casa para descobrir que a mulher, que sofrera um acidente à época de sua prisão, não lembra quase nada de seu passado: todo dia 5 do mês, ela vai à estação de trem esperar pelo marido.
“Coming home” é uma adaptação do romance homônimo do escritor Geling Yan e, pelo menos para Yimou, funciona como uma espécie de metáfora da amnésia nacional que se abateu sobre a China depois dos excessos cometidos durante o governo de Mao. Pária dentro de sua própria família — Dandan, a jovem filha do casal, culpa o pai por ter perdido sua posição de destaque na companhia de dança —, Yanshi desenvolve diferentes estratégias para fazer Feng recobrar a memória, usando fotos montadas e lendo cartas para a mulher, supostamente escritas por ele na prisão.

Leia a matéria na íntegra no site do Globo clicando aqui.

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