Um pouco da obra do historiador Sidney Chalhoub


Sobre o autor:

Possui graduação em História - Lawrence University (1979), mestrado em História pela Universidade Federal Fluminense (1984) e doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (1989). Atualmente é professor titular da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: Rio de Janeiro, abolição, escravidão, Machado de Assis e literatura.
 
 
 
 
 
 
Chalhoub escreveu diversos trabalhos, e nessa postagem buscamos trazer um resumo de cada uma dessas obras para que você que ainda não conhece não perca mais tempo e corra para ler um livro dele! Sidney Chalhoub escreve de um modo divino, será uma leitura agradável e que com certeza trará inúmeros benefícíos para sua formação acadêmica.

Ah! Sabe aquela pessoa que gosta de uma ler um livro de história sem grandes compromissos científicos? Indique um livro do Chalhoub, é certeza que ela vá gostar! O autor escreve muito bem mesmo...
 

Visões da Liberdade
Rio de Janeiro, últimas décadas do século XIX. Adão Africano, Genuíno, Juvêncio, Bonifácio, Francelina, Maria de São Pedro - todos negros, vários escravos: estas são algumas das personagens que, outrora esquecidas em meio à documentação dos arquivos, protagonizam este livro. Um trabalho de pesquisa minucioso e sensível permite a Sidney Chalhoub analisar os processos criminais e de obtenção de alforria em que estes negros estavam envolvidos, revelar seus desejos e interferências nas operações de compra e venda a que tinham de se submeter e, por fim, desvendar o papel que a cidade do Rio - transformada em cidade negra, cidade-esconderijo - desempenhava em suas vidas. Assim, recuperando aspectos da experiência dos escravos na Corte, seus modos de pensar e atuar sobre o mundo, Chalhoub mostra que as lutas em torno de diferentes visões de liberdade e cativeiro contribuíram para o processo que culminou com o fim da escravidão no Rio de Janeiro.
 
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Trabalho Lar e Botequim
 
Trabalho, Lar e Botequim tenta reconstruir o cotidiano da classe trabalhadora carioca, no início do século XX. Uma época em que o Rio de Janeiro passava por um período de transformação econômica, pois saía do sistema escravocrata e entrava na ordem capitalista; mas foi uma época em que também passava por mudanças estruturais, como a reforma urbana instaurada pelo governo de Pereira Passos. Através de 140 processos criminais de homicídios, jornais da época, livros de literatura e outros trabalhos já realizados sobre este assunto, Chalhoub mergulha nos aspectos mais íntimos da vida desses indivíduos.
O livro é composto de 367 páginas, divididas em três capítulos, sempre possuindo citações retiradas dos processos criminais e dos jornais. O primeiro intitulado Sobrevivendo traz informações sobre a habitação e trabalho desses populares; o segundo chamado Amando, com informações sobre as relações pessoais e familiares e, o terceiro capítulo se chama “Matando o bicho” e resistindo aos “meganhas” sobre o lazer dessa classe trabalhadora, a rua, o botequim e a repressão policial que enfrentavam.
O livro Trabalho, Lar e Botequim retrata, de uma ótima maneira, as camadas populares e o seu cotidiano. É a história vista de baixo, através de seus personagens mais comuns, mas que no livro em questão ganham vida e voz. Eles são nomeados, não são considerados “o povo” e apenas isso. Cada um tem sua história que vai sendo recriada por Chalhoub.
A Era Pereira Passos que serve de pano de fundo para a história, é de uma contradição imensa. Tentava-se de diversas maneiras transformar o Rio de Janeiro em uma cidade moderna, um exemplo para todo o país de civilização e progresso. Mas, ao mesmo tempo em que essas mudanças trouxeram euforia para uns, trouxeram enormes tristezas para outros, principalmente, a classe mais humilde da sociedade. 
 
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Cidade Febril
 
Tomando como ponto de partida a cidade do Rio de Janeiro e a demolição de seus cortiços, passando pelas polêmicas entre infeccionistas e contagionistas em torno da transmissão da febre amarela e pela resistência das comunidades negras à vacina antivariólica, Sidney Chaloub escreveu uma "história na encruzilhada de muitas histórias".
De forma apaixonante e extremamente bem-humorada, Cidade febril reinterpreta esses e outros conflitos à luz da história social. O resultado é uma obra riquíssima, que mapeia a formação das políticas de saúde pública no Brasil, as quais, longe de se limitarem ao século XIX, até hoje influem em nosso cotidiano com força assustadora.

Prêmio Jabuti 1997 de Melhor Ensaio.
 
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Machado de Assis Historiador
 
O historiador Sidney Chalhoub dedicou anos ao estudo da escravidão e da vida operária no Brasil do século XIX. Posteriormente, começou a se interessar pela obra de Machado de Assis. Em Machado de Assis, historiador, procura compreender a produção do romancista a partir do contexto social e histórico que deu origem a ela.
O autor analisa romances e contos, em busca do sentido das mudanças do período segundo a visão de Machado. A segunda parte do livro trata do funcionário público Joaquim Maria Machado de Assis. Nas décadas de 1870 e 1880, Machado foi chefe da repartição do Ministério da Agricultura encarregada de acompanhar a aplicação da lei do Ventre Livre, de 1871. Chalhoub identifica as intervenções do romancista nos processos, mostrando que Machado procurava interpretações jurídicas favoráveis ao escravo que se queria libertar.
Em seu duplo caminho, de estudo social e análise estética, Chalhoub segue o percurso de críticos como Roberto Schwarz e John Gledson. Machado de Assis, historiador propõe uma leitura da obra do escritor baseada na análise de um período decisivo da história brasileira, que Machado descreveu com lógica satírica implacável.

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E por fim um dos livros mais recentes:
 
A Força da Escravidão
 
Diante de um caso de identidade duvidosa de um preso negro que se suspeitava ser cativo, mas que afirmava ser livre de nascimento, o chefe de polícia do Rio de Janeiro entre 1833 e 1844, Eusébio de Queiróz - em tese o responsável pela repressão à escravização ilegal de africanos e ex-cativos -, certa vez afirmou que seria “mais razoável a respeito de pretos presumir a escravidão, enquanto por assento de batismo, ou carta de liberdade não mostrarem o contrário”. A obrigação de provar sua condição de pessoa livre, sob risco de ir a leilão público e retornar aos horrores do trabalho forçado, era apenas um dos obstáculos enfrentados pelos negros brasileiros no exercício de sua incipiente cidadania no Brasil imperial.
Como demonstra o historiador e professor Sidney Chalhoub neste ensaio indispensável, o descaso sistemático das autoridades em relação aos direitos mais básicos da população negra não pode ser dissociado das ilegalidades do tráfico de cativos. Entorpecida pelos pactos de conveniência com a classe proprietária, a vigilância do Estado foi conivente com o contrabando de mais de 700 mil africanos após a proibição nominal do tráfico, em 1831. Essa flagrante ilegalidade sinalizava aos ex-escravos e aos nascidos livres que sua precária experiência da liberdade estava à mercê dos interesses da casta de senhores, disseminando o medo da reescravização e estimulando práticas de resistência social.

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Boa leitura!!


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