Documentário: O Dia Que Durou 21 anos



DIREÇÃO: Camilo Tavares
PRODUÇÃO: Brasil, 2012
CLASSIFICAÇÃO: 14 ANOS

Já faz algum tempo que tive o prazer de encontrar trechos desse documentário/filme espalhados pelo youtube, e no mês de março finalmente essa obra prima chegou aos cinemas brasileiros, no dia 29 às vesperas do aniversário de 49 anos do Golpe Militar de 1964. Uma boa indicação para estudantes do tema, e para professores que quiserem trabalhar o documentário em sala de aula.

Sob a direção de Camilo Tavares O Dia que durou 21 anos traz, entre outros pontos, a atuação dos EUA para a realização do Golpe Militar de 1964 no Brasil. O documentário é fruto de uma pesquisa que durou mais de 3 anos, feita por Camilo Tavares (filho de um preso político, Flávio Tavares). Segundo o diretor, a ideia do documentário surgiu a procura de repostas: "Queria entender por que sequestraram um americano. A gente tem pouca noção de quanto os Estados Unidos interferiram [no golpe]. Então o filme foi uma busca por essa resposta", disse em entrevista a Folha.

O documentário expõe gravações, telegramas e arquivos de ex-presidentes norte americanos. E que revelam: "ordens expressas para uma infiltração nas Forças Armadas brasileiras", diz Flávio.
Segundo relatos no filme, a interferência seria consolidada pelo embaixador Gordon e pelo general Vernon Walters, adido militar dos EUA no Brasil de 1962 a 1967.

Os documentos detalham a operação Brother Sam, deflagrada em 31 de março de 1964 e que consistia em uma frota naval vinda dos EUA em direção ao Brasil --que invadiria o país caso não fosse bem sucedida a derrubada do presidente João Goulart.

O apoio logístico da Marinha dos EUA contava com porta-aviões, navios petroleiros, torpedeiros, aviões-caça e munição. Com a confirmação do golpe, a operação foi desativada, quando se encontrava no mar do Caribe.

O filme traz ainda detalhes de um plano de contingência que previa as etapas do golpe. Entre elas, um Estado deveria se declarar contra o governo de Jango, como fez Minas Gerais, e os EUA deveriam reconhecer um presidente constitucional antes de um militar, como ocorreu com o então presidente da Câmara, deputado Ranieri Mazzilli.

"Foi chocante encontrar esse plano, porque ele previu exatamente o que aconteceu", disse o historiador Carlos Fico, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), um dos entrevistados no filme de Camilo Tavares.

As informações desta nota foram tiradas do site da FOLHA.

Para assistir ao trailer do documentário, acesse: Trailer Oficial - O dia que durou 21 anos.

O documentário também pode ser assistido online por links que se encontram disponíveis no youtube.

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